sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Ele não é só mais um rostinho bonito...
Do alto dos 550m na Serra da Borborema ouço alguns ecos da administração Ricardo Coutinho, confesso, que não acompanho seu trabalho a frente da edilidade passoense. Todavia, não posso deixar de reconhecer que as noticias as quais me chegam sobre seu trabalho são as melhores possíveis.
Definitivamente, o prefeito da capital além de ser um galã de cinema, tem um eleitorado desejado por muitos roteiristas pelos rincões da Paraíba.
Contudo, há alguns fatos relativos a figura ainda nebulosa de RC (especialmente o interior do Estado que pouco conhece sua trajetória), a começar pela sua delicada aliança com José Targino Maranhão, dizem lá na Capitá que RC não precisa do Zé, mas se não precisa porque se juntou?
Dizem que RC é um político independente, porém, tem nas fileiras de seu partido nomes como Marcondes Gadelha, Guilherme Almeida e Manoel Jr.
Ainda falam da esmagadora porcentagem de votos obtidos nas últimas eleições municipais, entretanto, se esquecem que no meio dos mais de 260 mil votos obtidos, RC contou com eleitores do PMDB na capital.
E pessoalmente, o maior desafio que vejo sobre a figura do Coutinho, é se sobrepor ao cenário estadual, de João Pessoa a Cajazeiras, os nomes de STzé e Casse-o, ainda são imbatíveis, muito dificilmente uma candidatura que não seja “abençoada” por uma dessas duas mãos logrará sucesso na politicagem paraibana.
A Paraíba apesar de ser um Estado pequeno tem as regiões politicamente muito bem definidas, os feudos são divididos palmo a palmo, só para citar alguns exemplos, quando falamos do brejo aparece o nome de Armando Abílio, se falar do Cariri, salta Efraim Moraes, no litoral, Wilson Santiago e José Maranhão, no compartimento da Borborema, Cássio Cunha Lima... Parece que cada mm² do Estado já tem dono, e como quebrar com isso?
Se eu soubesse, venderia minha alma ao cão e saia candidato em 2010!
Coutinho, se tem o enxerimento de sair candidato em 2010 terá que fazer as alianças das mais “polêmicas”, aliás, muito mais discutíveis das que já foram traçadas para assumir o governo da Capital. O PSB é um partido minúsculo, com poucos nomes de expressão, e o pior, os nomes “fortes” são mais ligados ao PMDB do que ao próprio Ricardo.
Não há como se comparar uma eleição municipal com uma disputa de diâmetro estadual, as bases espalhadas pelos 56.584,6 Km² do território paraibano são de fundamental importância, e estas bases só podem ser construídas com um único produto, comumente chamado de DINHEIRO.
Além do mais, é preciso um aparato midiático que divulgue as benesses do prefeito da capital para que todo o Estado fique sabendo do seu governo, suas idéias, obras, o trato dispensado a coisa pública. Assim, como o espaço físico, os meios de (des)comunicação na Paraíba, também já estão há muito tempo rateados, desde as emissoras de TV, passando pelos impressos, a caminho das rádios, e ao finalizar nos sites, tudo já tem dono! Está aí, mais um desafio a ser superado pelo PSB estadual.
Após ter obtido a votação já citada, RC acabou por ganhar contornos de ídolo hollywoodiano, para os mais eufóricos a 3ªvia, a salvação, só que o negócio é bem mais complexo. E por favor, tenhamos cuidado ao mitificar políticos, o último “mito”, pop star da política paraibana, comecei a ouvir falar na minha infância, um tal de C.C.L e olha só no que se tornou...