quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cozete Barbosa e os Petralhas de Campina


Nas últimas semanas, um fato no mínimo peculiar aconteceu em Campina, a ex-prefeita Cozete Barbosa teve um passamento, segundo os médicos, uma crise nervosa devido ao stress. Bom, uma senhora com mais de 50 anos de idade ter uma indisposição é normal, porém, se tratando de uma ex-política é de se desconfiar o motivo do chilique.

Para tanto, se faz mais do que necessário voltar no tempo... Eis que aportamos na década de 1980, fase da transição democrática no Brasil, naquela época surgia no seio do movimento sindical um partido possuidor de um forte apelo popular, e mais, capitaneado por um mega líder popularesco, germinava assim o Partido dos Trabalhadores.

Na onda moralista e aguerrida da política nacional, diretórios do PT se espalhavam por todo o país, e em Campina Grande não podia ser diferente, nesta cidade emerge a figura da líder sindical Cozete Barbosa, com uma carreira até então marcada pela combatividade, pelo misto de rancor, ódio e indignação. A pretensa política ganhava espaço e admiradores, ao ponto de já no inicio da década de 1990 abocanhar um incontestável mandato de Vereadora. Não obstante, a carreira da líder sindical apontava como uma nota destoante na política estadual.

O já citado inicio de carreira promissor começa a “estremecer” no seu apogeu, eis que chegam as eleições estaduais em 1998, naquela ocasião com pouco mais que meia-dúzia de adesivos e 30 segundos no guia eleitoral, a Vereadora campinense bate a milionária campanha de Ney Suassuna (PMDB) rumo ao Senado, na área que abrange todo o Município de Campina Grande. Um resultado eleitoral fantástico e impactante, naquela oportunidade a faca, o queijo, e quantos mais laticínios você possa lembrar, estavam indo de encontro à ascendente carreira da líder sindical campinense.

Entretanto, foi no parágrafo anterior, que o conto de fadas começa a ceder espaço ao personagem de Walt Disney postulado no título deste artigo, Cozete cometeu um erro tão nítido (o qual já virou senso comum) de se “acoloiar” com o clã Cunha Lima, a partir de então, foi esperar o próximo episódio para vir a pancada.

Chegamos ao pleito de 2000, Cássio a época ainda no PMDB obtém uma votação estrondosa, mais de 74% dos votos válidos alcançados para reeleição na PMCG, a vice Cozete, já esperava a “natural” eleição ao Governo Estadual do novo companheiro.

Ao assumir a Prefeitura, a petista, mantém a estrutura administrativa e corrupta a qual já estava impregnada na gestão municipal desde o inicio da década de 1980, erro fatal. Pois, este “corpo administrativo” fez jogo duplo, ao mesmo tempo em que creditava apoio a Prefeita, preparava a “puxada de tapete”, e quando aponta o processo eleitoral de 2004, agora filiado ao PSDB, Cássio Cunha Lima escolhe um aliado de longa data e comprovada submissão em detrimento da candidata petista. E mesmo assim, a então Prefeita, não só mantém a base tucana nos cargos administrativos, como entope a Folha Salarial com os inúteis e despreparados sindicalistas profissionais do PT campinense.

Ao ritmo que o pleito pegava fogo, mais e mais recursos são desviados de maneira escandalosa em prol da candidatura petista, afinal, sem nenhuma oligarquia para lhe dar guarida, Cozete faz uma Campanha milionária nitidamente custeada pela PMCG, e sem o afã Cunha Lima passa um grotesco vexame eleitoral. E agora?

Bom, chegamos ao 2º turno, e a Prefeita derrotada se supera ao fazer algo, talvez, inédito na política mundial, consegue ser usada e descartada por dois candidatos num mesmo pleito. Em mais uma medida irracional, Cozete se “une” a revelação Veneziano Vital, destina a este candidato todo corpo burocrático e financeiro da PMCG, chegando ao ápice da estupidez, quando reforma a casa de seu próprio pai para servir como a “Hollywood do Cabeludo”. Verdade! Foi na casa de Seu Francisco, onde foram gravados os takes da “Campanha das Novas Idéias” no segundo turno.

Para quem não se lembra a Prefeita havia obtido no 1° turno pouco mais de 10.000 votos, o candidato Rômulo tinha por volta de 6.500 votos à frente de Veneziano, ou seja, eram os míseros sufrágios petistas que iriam decidir a disputa, e decidiu. Cozete conseguiu transferir seus votos para o candidato peemedebista, protagonizando o triunfo Vital do Rêgo em Campina. Só que a farra termina por aí... Daqui para frente é só desmantelo.

Ao assumir a Prefeitura, Veneziano não só escarra como se esquece do prato em que comeu, não cumpre o acordo prefixado com a ex-prefeita, joga m(...) no ventilador, a cratera deixada na Secretaria de Finanças também foi alargada pelos gastos de Campanha do PMDB no 2º turno, mas, mesmo assim, Vené não só faz questão de se esquecer da ajuda, como também, denuncia o “rombo”, abre as portas a investigação do Ministério Público. A batata começar a assar...

O escândalo esperado aparece, milhões desviados e já comprovados, pois todos os trâmites legais já foram percorridos, e mesmo com todo espaço a sua ampla defesa, a ex-prefeita não consegue se explicar, não faz a mínima idéia de onde diabos foram parar mais de dois milhões de reais, quantia que simplesmente evaporou da sofrida PMCG.

A ex-prefeita desviou tamanha quantia, aliás, já se pode confirmar tal ação sem se correr risco algum de cometer nenhuma calúnia ou difamação. A justiça julgou e condenou Cozete a devolver o valor citado no parágrafo anterior.

Fato também “notório” é o esquadrão que militou ao lado da ex-prefeita, pessoas que hoje cinicamente dão as costas a antiga Patroa, gente que mamou a época da gestão petista, e atualmente continuam a se deliciar com dinheiro público, ocupando “cargos de confiança” na Prefeitura de Campina, e mais recentemente, no Governo Estadual. Essa turma inescrupulosa, caminhou no movimento sindical, sobretudo, no SINTAB, juntamente com a Prefeita arruinada desviou dinheiro público, e ainda sim, em nome da aliança PMDB/PT conseguem se manter ativos no aparelho burocrático estatal.

Enquanto Cozete, devido ao uso de medicamentos a base de corticóides para conseguir dormir, vai ganhando feições de outro personagem roliudiano, o Sherek. Os Petralhas de Campina continuam a se nutrir com dinheiro público.

A questão não é só devolver o dinheiro (o qual certamente Cozete não tem!), contudo, colocar no xilindró toda essa gente. O processo já foi apreciado, não há mais o que "moer", existem culpados e foram apontados, agora se espera cadeia nesse povo! Difícil é arrumar espaço no superlotado Serrotão para tanto colarinho branco (ou não seria vermelho?).

quarta-feira, 15 de abril de 2009

The Most Wanted


Passado toda a turbulência conseqüente de sua cassação, o ex-governador optou por literalmente sumir, ninguém sabe por onde Cássio Rodrigues anda.

Mas, por que o sumiço?

Ora! As lideranças ocupam tal cargo pela presença massiva na mídia, por marcar território e constantemente ratificar sua chefia em um determinado espaço de atuação. Justamente, o que o desaparecido governador cassado atualmente não faz.

Após a hecatombe da perca do mandato se esperava, tanto da oposição, quanto ainda mais do governo, conhecer a posição do até então político mais influente do estado.

No que concerne ao bloco maranhista, adivinhar as táticas de guerrilha e lamúrias choramingadas pelos tucanos, a fim de cercear possíveis ligações entre os antigos governistas, desta maneira, garantindo a governabilidade do PMDB na Paraíba.

Já para o extinto conluio peessedebista, aí se inclui os aliados “democratas”, a voz de Cássio atuaria como uma palavra de conforto, a composição da “ladainha dos injustiçados” não foi redigida, e agora? Para onde a atual oposição vai sem o comandante-em-chefe?

Mediante a atual conjuntura da política estadual, fica praticamente impossível delinear um Norte. Pois quando o confronto aperta e o líder desaparece, é questão de pouquíssimo tempo para começar a aparecer às deserções. Pior ainda, quando o exército inimigo está necessitando de aumentar seu contingente, nunca é demais lembrar, que José Maranhão não possui a maioria na Assembléia Legislativa, fato o qual complica os avanços no front da artilharia peemedebista.

E em todo caso no qual há o desaparecimento do comandante, a onda de boataria corre solta no Tetro de Operações paraibano. A pergunta que não quer calar vem novamente à tona: Cadê Cássio?

Se caminharmos pelos boatos, possíveis explicações não irão nos faltar, aliás, pelo contrário, um tsunami de prováveis motivos vem à baila. Assim, gozando de meu atributo como observador da guerra, deixarei expostos os prováveis porquês cujo encadeamento de acontecimentos levou a fuga Cunha Lima.

O tabuleiro político da Paraíba está confuso (como não poderia ser diferente) após a maneira abrupta pela qual o grupo tucano foi retirado do poder, e em meio a esta desorganização do quadro administrativo, fica extremamente complicado prever o que vai acontecer, curiosamente, por vezes é melhor se ausentar, “conter a revolta, contar os dias e esperar a volta”.

No calor da ira não é recomendável tomar posições, precipitar-se num momento de crise pode vir a ser um erro fatal, daí melhor se calar, dar espaço aos boatos, afinal, a conjuntura nacional ainda está ganhando corpo, não há como prever o posicionamento do Presidente Lula a respeito da disputa na Paraíba em 2010.

Os atuais (?) aliados do governo deposto não se apresentam como força política robusta para o próximo embate, imagine o quão gasta está a imagem de Cícero Lucena, pense em toda a atuação “delicada” de Efraim Moraes nestes oito anos a se completar no Senado. Os dois Senadores que deveriam alavancar a resistência no campo de batalha são justamente, os militantes com a áurea mais combalida na presente ocasião. Nenhum membro desta dupla tem a mínima condição de sagrar-se vitorioso no ano vindouro.

Agora, esquematize o encaminhamento da peleja no outro lado. Na legião maranhista, há tempos que a disputa não se configura mais contra a tropa tucana, a batalha atualmente é interna. Se no lado amarelo faltam candidatos ao alto oficialato, na hoste vermelha têm pretendentes sobrando...

Enquanto os “aliados” Coutinho e Maranhão trocam farpas, desgastando a imagem de ambos e inquietando as tropas, o General decapitado desaparece em meio à troca de tiros, além do mais, Cássio não tem nada a ver com a guerra alheia, está a deixar os dois aspirantes a Marechal brigarem entre si, quando houver oficialmente o rompimento, o estrategista Cunha Lima demarcará sua posição em meio ao tiroteio.

Tão patente está o descaso de Cássio com a politicagem vigente, que o ex-governador ignora até mesmo algumas táticas militares, entre estas, ações típicas da guerra de trincheiras, como a comunicação entre as tropas e o Quartel General que é de suma importância. Ciente disso, o Governo Maranhão além de contar com o engajado Sistema Correio, tenta trazer para si o aparato midiático do “Diário Associados PB”, os quais na Paraíba possuem a repetidora do SBT em Campina (TV Borborema), e em todo o Estado, a filial da Bandeirante (TV O Norte), completando sua área de persuasão, com a Radio Clube AM. Mesmo conhecendo esta incursão no seu território, o extinto governador se mantém indiferente a tal contenda ao continuar a preterir pelo silêncio.

Destarte, nada melhor que o calor do verão nas terras dos Ianques para esquecer os traumas, assim, Cássio põe em prática a operação “Brother Sam”, vai curtir um longo período de férias, precisamente, passará quatro meses nos E.U.A ignorando a onda de boataria a qual se dissemina na Paraíba. E com sorte, pode topar com seu colega de trabalho estadunidense, de repente, já que vai aperfeiçoar sua fluência na língua inglesa, pode ouvir alguns conselhos sobre como fugir da crise mundial no linguajar tipicamente anglo-saxão, proferido pelo Black President Obama.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Procura-se Emprego


A cópia caricata de William Bonner na foto ao lado, é o Jornalista Helder Moura, conhecido pela bravura e valentia que denunciava os descasos da administração cassada de dentro dos estúdios refrigerados do Sistema Correio.

O correspondente maranhista se estarrecia com a incompetência peessedebista, dedica(va) longos minutos da transmissão no seu “Correio Debate”, a revolta pela incompetência do finado governo exterminado, por vezes, chegando a ter um ataque epilético ao denunciar o descaso da vez do PSDB estadual.

O quadro mais carismático do seu programa era “a denúncia enviada pelo telespectador”, coincidentemente, a queixa nunca se fazia contra a Prefeitura de Campina ou João Pessoa, o reclame sempre era destinado a atuação ineficiente do Governo Estadual. Isso, quando não recebia um torpedo no Studio (ao vivo), algum telespectador revoltado lhe enviava “denúncias instantâneas” reclamando qualquer desatino tucano, ou seja, ele apresentava o programa com o celular ligado!

Outra conotação nada despropositada, era o “entrevistado do dia”, curiosamente se revezavam como “convidados” lideranças peemedebistas, a pauta era exaustivamente repetida, algum descalabro administrativo do Governo Estadual. Figuras a época oposicionistas como Gervásio Maia (PMDB), Trocolli Jr. (PMDB), Rodrigo Soares (PT), Vitalzinho (PMDB), e claro, José maranhão. Sentaram na confortável cadeira do “Correio Debate” mais vezes que o próprio Helder Moura.

A performance bizarra ainda passava pela despedida ao fim de mais um programa, tão repetida que virou uma espécie de jargão, “obrigado pela sua honrosa e crescente audiência confirmada pelo IBOPE”, o problema foi quando em 2006 este Instituto começou a apresentar em suas pesquisas eleitorais, a liderança de Cássio Cunha Lima para as eleições estaduais realizadas naquele ano, desde então, nunca mas o comunicador do Correio citou a referida empresa de pesquisa.

Fato realmente útil e válido, se fazia através da pressão em cima da gestão cassada, diga-se de passagem, de grande utilidade a sociedade paraibana, o problema era que a denúncia sucessivamente se apresentava a partir do embate partidário, e não, social. Postulada determina queixa na matéria, em seguida ao voltar para o Studio, além de se posicionar, o esposo paraibano de Fátima Bernardes, tecia a crítica sempre equiparando o caos cassista, contra, a “era de ouro da Paraíba”, a qual, por acaso, coincidia a época do Governo Maranhão.

Ainda possuía um espaço VIP no canal anti-Cunha Lima, porém, como diria o novo governador, “o probema foi depoi da caçassão do iquilino do Palácio da Redenção”, o outrora revoltado repórter, ficou sem ter o que falar, seu estimado programa perdeu o sentido de existir...

Como não tem mais as desventuras cassistas para denunciar, o nobre jornalista deve seguir o exemplo da imprensa brasileira a época do Governo Militar, durante a o programa em vez de discutir política, deve ensinar as donas de casa a confeitar bolo, ou ainda, comentar os biquínis mais usados no verão carioca. E em último caso, procurar um novo emprego!

Portanto, como agora (misteriosamente) está impossibilitado de denunciar alguma aberração administrativa do atual Governo, só resta ao caro repórter do Correio seguir o exemplo de seu tão plagiado colega global: