quarta-feira, 4 de março de 2009
A Dança das cadeiras e a caça as bruxas
O Universo infantil está presente no cenário político paraibano. Mal Casse-o perdeu a caneta, a pitoresca mão dos aliados do Zé brigam para abocanhar a máquina estadual.
Neste mundo infantil, no cerne da ilusão democrática brasileira, por ingenuidade, ou pura maldade, sobretudo os novos beneficiados (apadrinhados), funcionários públicos instantâneos, ou o termo vulgar, comissionados. Pentelham nos bares, universidades, em correntes de e-mail, etc. etc. e etc. A sanidade mental do eleitor paraibano, querendo fazer ganhar contornos de liberdade, a tomada de poder pelo PMDB, a sua repentina alegria de um contracheque na folha de comissionados no Estado não tem nada haver com a aparente vitória da democracia com a eleição peculiar do Zé, o qual como uma criança que teve seu brinquedo roubado (o Estado) foi chorar no colo do titio (TRE-PB).
Creio que foi neste prisma de entender o eleitorado como criança que o falecido governador Casse-o criou a “Ciranda de Serviços”, que também entrou nos autos do processo de sua cassação.
Porém, a questão que me chama atenção atualmente é este efeito salvador, o qual vem sendo erguido de forma nada despropositada pelos correligionários peemedebistas, usando as mesmas táticas vis utilizadas pelo grupo deposto.
Daí aparece sempre uma curiosa coincidência, estes senhores que nos torram a paciência gritando mais alto que a Marselhesa a época da França revolucionária, são as mesmas pessoas que fazem do erário público sua fonte de renda, ao ocupar os famigerados e já citados “cargos comissionados”, muitos dos quais nem vão a repartição dar o ar da graça. Mas são os primeiros a cantar o tema da vitória quando seu candidato-patrão conquista o poder, movidos pela sede de colocarem suas boquinhas desdentadas nos mamilos do Estado.
E nesta tendência infantil a briga pelo brinquedo chamado máquina pública pega fogo, a caça as bruxas está correndo a solta no playground paraibano. Todo comissionado até que se prove o contrário é um cassista, nem o Dops no auge da ditadura foi tão atuante, mas se nos idos de 1970 foi a pane anti-comunista, hoje na Paraíba o que alimenta este denuncismo tosco, é a sede de tomar o contracheque do comissionado amarelo alvejado.
A começar pelo “critério” utilizado para as nomeações, sejam estas em que escalão for...Lhes digo sobre qual “juízo” é feito a escolha. O novo funcionário estadual é escolhido pelas seguintes formas:
1° Lealdade: As figuras que estiveram “fielmente” ao lado do Zé ao longo dos seis anos que a Múmia esteve fora do poder;
2° Recompensa de favores: Agrado aos patrocinadores de campanha, figuras prestigiosas que nos últimos anos patrocinaram os candidatos vinculados ao Zé pela Paraíba afora;
3° Informantes: Funcionários concursados (ou não) que mantiveram o Zé bem informado sobre o que se passava no Estado durante sua ausência;
4º Defensores: Geralmente jornalistas que trabalharam na acusação dos desmandos da administração anterior, ao passo, que clamavam pelo julgamento de Casse-o (não sei o porquê, mas acho que estas vagas vão ser preenchidas do porteiro ao proprietário do Sistema Correio);
5°Cabos Eleitorais: Aquelas figurinhas que em época de campanha ficam enchendo o saco pra você votar no Zé, nem vou detalhar esse povo porque almocei há pouco tempo...
Veja que em nenhum destes “critérios” passa a questão da competência, note que a enxurrada de nomeações que estão em curso, sempre infelizmente segue os pontos destacados. É o personalismo que na Paraíba se revigora e perpetua, a exemplo da mesma falta de compromisso com a máquina pública da administração cassada, independente de qual figura carismática venha a estar no poder.
São tantas crianças pentelhando os ouvidos cabeludos de Maranhão, que o papai-governador resolveu esta semana dar uma escapulida até Brasília, para se livrar temporariamente do “pede-pede”, seguido, dos gritos agudos dos “bebês” querendo mamar.
Urge na Paraíba a necessidade em se construir uma liderança autônoma e adulta, livre destes laços clientelísticos, que infelizmente, são de longe a principal característica da política estadual.
Enquanto isso, eles continuam pensando que nós somos crianças...
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