sábado, 28 de março de 2009
Eu já sabia
Em outro artigo havia escrito algo sobre a “mitificação de políticos”, coisa bem recorrente na Paraíba, ainda mais, quando se tenta enxergar o jogo político como uma partida de futebol. Política e Futebol, apesar de ser dever de todo cidadão discutir, são dois assuntos distintos. A única coisa comum aos dois temas é a emoção que pode afluir nos corações apaixonados.
Será?
Sabe quando você está acompanhando um campeonato de futebol e tu tens certeza que o seu time vai chegar à final, daí os adversários começam a “secar”?
Fenômeno parecido vai começando a se corporificar na política estadual, alguns pênaltis já estão sendo “apitados” antes mesmo do inicio da partida! E aquele centroavante que é o craque do Time chuta a bola no travessão. Ou ainda, a promessa do Clube para o próximo certame começa a levar pancadas dos adversários, correndo sério risco de disputar o próximo campeonato contundido.
Para piorar a situação não é só o craque do Time que está sob perigo, o excrete todo corre risco de ser retirado da competição antes mesmo da disputa ser oficialmente iniciada.
Mesmo relutando em fazer alguma analogia com a “paixão nacional”, é isto que começa a acontecer com a eminente candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado.
No fim desta semana estourou o primeiro “rojão” contra o Prefeito da Capital, uma suposta (e convincente) denúncia de mensalão pago pela PMJP,fato curioso é que a acusação não é nova, já havia sido posta em discussão nas eleições municipais, mas agora, ressurge com plausíveis (e delicadas) provas. Principalmente, o difícil esclarecimento o qual RC tem que arrumar com o objetivo de explicar a gratificação de R$ 1.600,00 para sua irmã, ou até mesmo, ao conceder gratificações retroativas a comissionados da Prefeitura, aliás, complicadíssimo de se explicar.
Entretanto, não é só a posição de artilheiro de Ricardo que vai se complicar, um ponto novo ganha destaque, a aproximação entre PSDB e PSB começa a ser chutada para fora do estádio. A acusação cuja queixa vem sendo debatida neste texto, foi feita pelo site “PB Agora”, Portal Informativo pertencente a Savinir Cunha Lima, não conhece o jogador? O atleta é irmão do goleador suspenso, Cássio Rodrigues da Cunha Lima.
Ocorrendo ou não no próximo campeonato a vitória socialista, que fique claro: RC é um desportista como qualquer outro, é tão somente mais um jogador a procura de loiras siliconadas, carros importados, pagode e cerveja gelada! Já imagino quantos torcedores dignos e honrados vão pedir a Polícia Militar para me retirar aos chutes e pontapés do estádio. Mas, ignorando as vaias da torcida e o cassetete do Choque nas minhas costelas, vou em frente...
Sem querer entrar nas intrigas da torcida adversária, porém, respeitando minha própria sanidade mental, começo a ver Coutinho como mais um político em ascensão ao longo da história do nosso futebol, opa desculpa! Ao longo de nossa política. Para os fanáticos torcedores que não lembram sua eleição e conseqüente reeleição a Prefeitura da Capital, se deu baseada numa “união” com um dos Clubes os quais possuem a “Cartolagem” mais podre da politicagem paraibana, o PMDB.
A “Diretoria” do PSB Futebol Clube fez algumas aquisições “mascaradas”, hoje na base de apoio na Câmara Municipal pessoense existem vários esportistas, os quais, até bem pouco tempo, jogavam no Time tucano. Bastou o Presidente do Clube, Diretor de Futebol, Técnico, Centroavante e Artilheiro Ricardo Coutinho, convidá-los para vestir a camisa do governo local, para subitamente estes adversários inescrupulosos virarem aliados, apaixonados instantâneos pela causa socialista. Ou você nunca ouviu falar em amor a primeira vista?
A época a qual era apenas um jogador em inicio de carreira, atuando em times de pelada, como na fase em que jogava na posição de Deputado Estadual, o então desconhecido petista Coutinho, denunciava com afinco o despreparo, o mandonismo do Governo Maranhão, e atualmente, o galático RC, convocou para seu esquema tático vários pernas-de-pau que atuaram na administração peemedebista no período de 1995 a 2002.
A transmissão dos jogos, ou melhor, das eleições em 2010 não será destinada apenas a João Pessoa, ano que vem, o Estado inteiro vai acompanhar a peleja, todos querem levantar o caneco do Palácio da Redenção, e em decisão de título vale tudo. Se no futebol ninguém perde antes do apito final, na política nenhum candidato se elege antes dos votos serem contados.
Se servir de consolo para os eleitores/torcedores ricardistas, a infração cometida pelo artilheiro-prefeito não se configurou como improbidade administrativa, nem muito menos, o Capitão do Time depositou dinheiro da saúde em conta de campanha.
A penalidade é muito mais caracterizada como falta de fair play, careceu de ética, espírito esportivo. Obter a maioria na Câmara Municipal a todo custo, e de quebra, presentear alguns parentes, se assemelha a um gol marcado pelo atacante em posição de impedimento. Prática já bastante conhecida pelos torcedores paraibanos. RC com esta atitude ganhou o primeiro cartão amarelo, e se não agüentar a pressão e partir para o carrinho, vai acabar indo para o chuveiro antes do término da partida.
No que vai dar este burburinho ainda é imprevisível, contudo, Coutinho deve abrir os olhos para não amarelar em 2010, jamais querer repetir no próximo ano a performance de Ronaldo na Copa de 2002. Ter um quiproquó e babar antes de iniciar a partida, é um mico o qual o PSB não pode pagar, pois apesar da Copa do Mundo ser como eleições estaduais, rolar a cada quatro anos, no Futebol o centroavante tem várias chances, afinal, são muitos Títulos para disputar. Já na política, dificilmente existe uma “segunda vez”, o atacante só fica na “cara do gol” num único domingo de outubro, e pior, a cada longos quatro anos...
Deve ser por essas e outras que entrevista de jogador de futebol é tudo igual.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Vamos à Revolução!
Nas últimas semanas um fato vem chamando atenção nos noticiários campinenses, o movimento de paralisação promovido pelos estudantes contra o reajuste arbitrário da passagem interurbana.
Em meio a letargia que atualmente se encontra os movimentos sociais de maneira geral (salvo o MST), e mais ainda, o movimento estudantil, é de se aplaudir a iniciativa dos estudantes da Rainha da Borborema. Porém, um problema vem seguindo há muito tempo estes “meios de revolta”, a falta de formulação de uma pauta reivindicatória.
O preço abusivo da passagem de ônibus não é o único problema a ser enfrentado pelos estudantes, principalmente, o da Rede Pública, seja de ensino Universitário ou Secundarista. Quando existe a possibilidade de chamar atenção, o movimento tem que enxergar a oportunidade de estender o debate, além do repúdio ao aumento das tarifas, se deve ir mais longe, pegar o embalo e exigir maior responsabilidade do Estado em relação às políticas educacionais.
O calcanhar de Aquiles dos movimentos estudantis é justamente essa “limitação”, não vamos nos ater a exorcizar o sistema de transporte público em Campina Grande, devemos, e torço para que haja uma politização do manifesto no sentido de abordar temas maiores.
É da cultura Brasileira (diria Sérgio Buarque de Holanda, a maldita herança ibérica) se acostumar com a exploração, achar normal o seu próprio sofrimento, e até mesmo, se opor as transformações por mais suaves que possam parecer. Durante o ato dos estudantes nas ruas centrais de Campina, ouvi alguns comentários no mínimo bizarros, pessoas humildes as quais chamavam os estudantes de “baderneiros”, “desocupados” e etc. O que é bem característico da passividade tão inerente ao iletrado povo brasileiro.
Daí vem outra questão, as mudanças só acontecem a partir da juventude, grupo que deve estar conscientizado e unido em prol de mutações, aproveitar o ritmo dos hormônios típicos da mocidade e ir para o embate.
Disputa que por vezes é desproporcional, a atuação entre manifestantes/estudantes e militares/covardes, ao passo, que os últimos agiram com os jovens sob o mesmo expediente o qual destinam a marginais. Imagino o quão é complicado querer que um asno entenda a linguagem da educação, mas, a Polícia Militar (como já é tradição) não tem a mínima preparação para conter tal tipo de manifestação democrática. Aliás, Militar sabe que molesta é democracia?
A situação ainda fica mais melindrosa quando vem à baila a facção da PM destinada a conter a manifestação pacífica estudantil, o “Choque” não é para este tipo de operação, este braço da polícia é para incursões de alto risco, locais onde a polícia convencional não consegue ir, a exemplo, a invasão de presídios. Jamais agir com o intuito de trucidar estudantes, os quais estão “munidos com armas letais”, como mochilas, livros e cadernos.
Jogar a culpa na despreparada Polícia Militar da Paraíba não é solução para as exigências, e muito menos para se achar os culpados, os condenados não estão na hierarquia da PM, soldados apenas marcham com a cabeça de papel, e se não marcharem direito, vão presos pro quartel... O verdadeiro porrete foi dado pelo Prefeito e seus comparsas, foram estes que acionaram a violência institucionalizada da polícia.
Outra questão repugnante do imbróglio advindo com o reajuste das passagens, surge através da omissão dos veículos de (des)comunicação subservientes ao PMDB, a cobertura dos levantes estudantis está limitada a rede de notícia alinhada ao grupo deposto do Governo Estadual, não nos cabe medir quem é pior, o que é válido, é aproveitar a brecha deixada pela disputa intra-oligárquica e usufruir do aparato midiático opositor a gestão municipal. Agudar o movimento, ir até os vereadores de oposição com o objetivo de jogar o balde de insatisfações na sarjeta da política local, enfim, por lenha na fogueira. Porque desestabilizar o adversário é o caminho mais curto para a vitória.
Desta maneira, notícias escabrosas vêm à tona, como o curioso fato da esposa do Magistrado que ratificou o aumento da tarifa interurbana, ter sido comissionada na Prefeitura Municipal de Campina Grande, durante o primeiro governo da família Vital do Rêgo.
Apesar de todos os pesares, o primeiro passo foi dado, paralisar as principais ruas de acesso ao Centro foi de fundamental importância, agora ampliar o debate é fundamental.
Força, coragem e organização aos estudantes de Campina!
quinta-feira, 19 de março de 2009
D.Maranhão I x Montesquieu
Há duzentos anos, no transcurso do Século das Luzes, o ilustrado Montesquieu inventou a mola mestra da democracia burguesa, a idéia da tripartição dos poderes, onde, executivo, legislativo e judiciário dividem o poderio na república,um servindo de contrapeso para os demais, assim, o filósofo francês imaginou ser capaz de controlar, ou melhor, adestrar a democracia.
Pena que Montesquieu não viveu o suficiente para visitar a Paraíba. Infelizmente, este pensador não conheceu o atual governador do estado nordestino supracitado.
D.Maranhão I desafia esta “harmonização do poder”, quando se insinua e oferenda ao judiciário cargos na administração estadual, chegando ao cúmulo de agraciar com uma singela vaguinha na folha de comissionados, o filho de um dos juízes que votou a favor da cassação do Czar Cunha Lima, o pimpolho Rafael Dantas Valengo, recebeu o pomposo ofício de Gestor de Programa Estruturante, órgão diretamente ligado ao Gabinete do Governador.
Com isso, Vossa Majestade põe em prática o Poder Moderador, influenciando nas medidas do judiciário, o qual, inquestionavelmente, vai se alinhando ao império peemedebista em nosso estado. A troca de favores deixa sutilmente de ser travestida, e passa, a perder a vergonha, publicamente através do Diário Oficial as nomeações estão a todo vapor, e mesmo com a imprensa oposicionista estando de olho, D.Maranhão I segue distribuindo sua gratidão aos algozes do monarca cassado.
Outra figurinha atuante no processo de deposição tucana foi agraciada, a genitora do Procurador Regional Eleitoral, José Guilherme Ferraz, foi premiada com uma promoção na Secretaria de Educação.
E para encerrar os contemplados pelo Consórcio Real, a atual Defensora Geral do Estado, indicada pelo imperador-governador, a Baronesa Fátima Lopes Correia Lima, também havia atuado como magistrada na sessão que decretou a cassação peessedebista na Paraíba.
Mas, pra quem está achando pouco as nomeações ainda não pararam, mesmo com a brasa da cassação a mais de 100°C, o Imperador continua a nomear paladinos da justiça, imagine depois que a poeira baixar? Aliás, nestas nomeações que seguem em curso, só falta aparecer algum felicitado com um cargo na máquina administrativa estadual, qualquer felizardo, de sobrenome Grau ou Barboza.
Tamanha está a articulação do PMDB com o judiciário, que é de se desconfiar, o fato pelo qual a audiência para a apreciação do processo de cassação contra o Príncipe Regente Veneziano Vital do Rego Segundo Neto (ufa!), já foi adiada por quatro vezes consecutivas, e, atualmente, espera por mais um drible da banca de advogados do nobre campinense, com o nítido intuito de procrastinar o julgamento.
Como toda corrente política, o “Conselho de Estado” orquestrado por D.Maranhão I não parou no tempo,vem evoluindo, pois se nos idos do século XIX D.Pedro I se limitou a “moderar” o legislativo e o judiciário, o Soberano paraibano inova. Além de meter o dedo médio nestes citados poderes, amplia seus tentáculos, por meio da distribuição de cargos entre a mídia vinculada ao PMDB, daí adivinha quem aparece com as portarias? A família Cavalcanti. Lembra? Aquele povo do “descompromissado” Sistema Correio.
A esposa do digníssimo proprietário do Correio, Sir Roberto Cavalcanti, ganhou sua lasquinha no estado, com a nomeação para gestora do Programa do Artesanato Paraibano, a cara metade do Senador Biônico ficou tão, mais tão feliz que trouxe seu irmão para lhe fazer companhia no novo emprego, o Infante Achilles Leal Filho, ganhou sua vaga na Superintendência do Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (Ideme).
Ah! Já que o tema é o tour dos comunicadores maranhistas na gestão estadual, não poderíamos deixar de destacar a ex-editora chefe do Jornal Correio da Paraíba, a atual Condessa Lena Guimarães, acabou por ganhar seu condado no Reich de D.Maranhão I, como Secretária de Comunicação de Sua Majestade.
Aos antigos nobres e atuais plebeus cassistas, só resta assistir o deleite peemedebista, e ansiosamente aguardar o Return of the King. Papel que não é tão desprestigiado, afinal, quem segura as colunas do trono é mesmo o povo humilde, que não tem como enobrecer o sangue com um cargo de chefia no Estado, e em meio a briga de Dinastias fica sempre como o Bobo da Corte.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Ricardo & O Trem
Nas últimas semanas a peleja que começou com um, a priori, simples desentendimento entre Coutinho e o Dep. Guilherme Almeida, acabou por ganhar dimensões consideráveis.
Ao começar pelo fato da imediata aceitação do deputado campinense ao convite feito pelo governador para assumir a Secretaria de Interiorização do Estado. A partir do momento que Guilherme disse sim ao Zé, atropelou o núcleo da bancada em JP, e mais, não só ignorou a direção do Partido, como “peitou” e venceu a turma de Ricardo.
Com o desfecho que vai se delineando neste caso, Coutinho saiu enfraquecido, um Deputado Estadual simplesmente fechou os olhos para suas indicações, e estar para assumir o cargo no Estado, a contragosto do presidente do partido e Prefeito da Capital.
A apresentação do transtorno já foi feita. O meu objetivo neste texto não é enfocar esta querela, mas, as suas perigosas conseqüências.
Coutinho perdeu seu primeiro embate dentro do pequeno PSB, e foi derrotado numa hora inadequada, até outubro do próximo ano, todas as atitudes dele produzirão conseqüências diretas no resultado do pleito que se aproxima. E no primeiro teste, a turma da Capital foi reprovada.
Imagine que se dentro do pequenino PSB os ricardistas não conseguem colocar ordem na casa, como será para fechar a chapa sem apoio de outros partidos?
Simplesmente terá uma chapa fadada a derrota! Trocando em miúdos, a turma de Ricardo “está pensando que o céu é perto”, estão achando que sozinhos irão estacionar o trem no Palácio da Redenção. Ledo engano.
A solidão é inimiga da política, até o momento, o PSB só tem como aliado com vistas a 2010 o mini, mini, mini PC do B, o qual, sinceramente, tem peso eleitoral nulo.
Os entusiastas da candidatura socialista sonham com o apoio do fraco PT, partido que apesar de estar na Presidência da República, tem expressão fraquíssima na Paraíba, com apenas um misero Deputado Federal e dois Deputados Estaduais. E mesmo não possuindo grandes virtudes, o PT está lost in love pelo esperto José Maranhão, a parte da legenda que delibera apoios já está quase toda devidamente comissionada no Estado.
Outro possível aliado é o dividido PTB de Armando Abílio, só este Deputado Federal com expressão na legenda 14, insiste no apoio a Ricardo, ao mesmo tempo, que conclama a participação de Cássio na mesma chapa. Aí está a questão mais delicada em relação ao próximo ano. Cássio e Coutinho devem (vão) subir no altar?
Sinceramente, contra este matrimônio até o momento só consegui visualizar dois setores:
1° Os que eu mais respeito, as lideranças sem voto socialistas em João Pessoa, pessoas as quais insistem numa visão “romântica” da política, acham que pelo simples fato de Coutinho ser o candidato com visão progressista da máquina pública vai chegar ao Governo, e que, a Paraíba subitamente vai enxergar a necessidade de quebrar esta viciosa dualidade, entre cassistas e maranhistas. Mais uma vez: ledo engano.
2º Os que mais me enoja, os comissionados do PMDB, seja na PMCG ou no Governo Estadual, este outro setor insiste que Coutinho perderá votos numa possível aliança com Cássio. Também não faz o menor sentido. Para a tristeza de muita gente, o governador cassado saiu com um capital político interessante, cerca de 69% de aprovação e mais de 75% da população contra a sua cassação. Números confirmados por dezenas de enquetes seja, na rádio, TV ou internet.
Os números das últimas eleições estaduais também não jogam a favor do edil pessoense, em 2006 para se eleger governador Cássio obteve mais de um milhão de votos, Coutinho nas eleições municipais obteve pouco mais de 262 mil. É claro que numa eleição municipal a votação socialista foi fantástica, agora, numa disputa estadual não chega a representar 1/10 dos votos validados em 2006.
A “união” com Cássio se faz mais do que necessária. O bloco da “capitá”, tende a querer insistir na carreira solo, estão a confundir as eleições municipais, com a complexa disputa a nível estadual.
Aliás, quem mais sairá ganhando com o casamento nem é o clã Cunha Lima, o ex-governador já está com o mandato de Senador de baixo do braço, com ou sem Ricardo, Cássio facilmente vai ser o Senador mais votado em 2010. A ajuda é inversa, RICARDO que PRECISA do empurrão campinense (se é que a família Cunha Lima quer realmente apoiá-lo). Pois, se a citada união no PSB nunca passou pelo Conselho Deliberativo do Partido, no ninho tucano pior ainda.
Enquanto a uma provável ostracização de Coutinho com esta aliança, também não faz sentido, mesmo porque, o maquinista (cabeça de chapa) será Ricardo, ele comandará o trem, e se por ventura, algum vagão descarrilar, caberá tão somente a Coutinho decidir se a carga deve ser tombada.
Montar um programa de campanha baseado nas benesses do Prefeito da Capital, em outros Estados até que poderia ser uma barbada eleitoral, mas aqui na Paraíba, a História recente foi/é marcada pela influência de políticos com atuação no interior, sobretudo, no Compartimento da Borborema.
O “interiorzinho” não vai votar em RC só porque ele é magro, usa óculos e parece com o Smeagol. O processo de encantamento com o eleitorado interiorano é mais complexo que o da capital. Exige articulações com sem número de prefeitos e deputados estaduais, justamente o que o PSB não tem.
O trem pecebista está sendo motivo de chacota nas Estações Interioranas, permanece a vagar pelos trilhos do agreste até o sertão, com os contêineres vazios. Enquanto a Maria Fumaça socialista trafega movida a carvão, o trem-bala maranhista atravessa todo o Estado com inúmeros tripulantes se espremendo em seus corredores refrigerados.
Quem está na oposição, não pode se dar o luxo de escolher passageiros, RC deve carimbar o passaporte de todos aqueles que se sintam encantados pela fumacinha exalada através da chaminé socialista, até mesmo, transeuntes libidinosos, os quais, estejam atravessando a ferrovia, a exemplo, os lacaios da ARENA, Ooops...desculpa, o PFL, eita! Errei de novo! Os colegas do DEM (agora sim).
Está na hora de Coutinho abaixar a cabeça (enquanto é tempo), e ver, que se manter esta postura sisuda vai perder o trem de 2010.
quarta-feira, 4 de março de 2009
A Dança das cadeiras e a caça as bruxas
O Universo infantil está presente no cenário político paraibano. Mal Casse-o perdeu a caneta, a pitoresca mão dos aliados do Zé brigam para abocanhar a máquina estadual.
Neste mundo infantil, no cerne da ilusão democrática brasileira, por ingenuidade, ou pura maldade, sobretudo os novos beneficiados (apadrinhados), funcionários públicos instantâneos, ou o termo vulgar, comissionados. Pentelham nos bares, universidades, em correntes de e-mail, etc. etc. e etc. A sanidade mental do eleitor paraibano, querendo fazer ganhar contornos de liberdade, a tomada de poder pelo PMDB, a sua repentina alegria de um contracheque na folha de comissionados no Estado não tem nada haver com a aparente vitória da democracia com a eleição peculiar do Zé, o qual como uma criança que teve seu brinquedo roubado (o Estado) foi chorar no colo do titio (TRE-PB).
Creio que foi neste prisma de entender o eleitorado como criança que o falecido governador Casse-o criou a “Ciranda de Serviços”, que também entrou nos autos do processo de sua cassação.
Porém, a questão que me chama atenção atualmente é este efeito salvador, o qual vem sendo erguido de forma nada despropositada pelos correligionários peemedebistas, usando as mesmas táticas vis utilizadas pelo grupo deposto.
Daí aparece sempre uma curiosa coincidência, estes senhores que nos torram a paciência gritando mais alto que a Marselhesa a época da França revolucionária, são as mesmas pessoas que fazem do erário público sua fonte de renda, ao ocupar os famigerados e já citados “cargos comissionados”, muitos dos quais nem vão a repartição dar o ar da graça. Mas são os primeiros a cantar o tema da vitória quando seu candidato-patrão conquista o poder, movidos pela sede de colocarem suas boquinhas desdentadas nos mamilos do Estado.
E nesta tendência infantil a briga pelo brinquedo chamado máquina pública pega fogo, a caça as bruxas está correndo a solta no playground paraibano. Todo comissionado até que se prove o contrário é um cassista, nem o Dops no auge da ditadura foi tão atuante, mas se nos idos de 1970 foi a pane anti-comunista, hoje na Paraíba o que alimenta este denuncismo tosco, é a sede de tomar o contracheque do comissionado amarelo alvejado.
A começar pelo “critério” utilizado para as nomeações, sejam estas em que escalão for...Lhes digo sobre qual “juízo” é feito a escolha. O novo funcionário estadual é escolhido pelas seguintes formas:
1° Lealdade: As figuras que estiveram “fielmente” ao lado do Zé ao longo dos seis anos que a Múmia esteve fora do poder;
2° Recompensa de favores: Agrado aos patrocinadores de campanha, figuras prestigiosas que nos últimos anos patrocinaram os candidatos vinculados ao Zé pela Paraíba afora;
3° Informantes: Funcionários concursados (ou não) que mantiveram o Zé bem informado sobre o que se passava no Estado durante sua ausência;
4º Defensores: Geralmente jornalistas que trabalharam na acusação dos desmandos da administração anterior, ao passo, que clamavam pelo julgamento de Casse-o (não sei o porquê, mas acho que estas vagas vão ser preenchidas do porteiro ao proprietário do Sistema Correio);
5°Cabos Eleitorais: Aquelas figurinhas que em época de campanha ficam enchendo o saco pra você votar no Zé, nem vou detalhar esse povo porque almocei há pouco tempo...
Veja que em nenhum destes “critérios” passa a questão da competência, note que a enxurrada de nomeações que estão em curso, sempre infelizmente segue os pontos destacados. É o personalismo que na Paraíba se revigora e perpetua, a exemplo da mesma falta de compromisso com a máquina pública da administração cassada, independente de qual figura carismática venha a estar no poder.
São tantas crianças pentelhando os ouvidos cabeludos de Maranhão, que o papai-governador resolveu esta semana dar uma escapulida até Brasília, para se livrar temporariamente do “pede-pede”, seguido, dos gritos agudos dos “bebês” querendo mamar.
Urge na Paraíba a necessidade em se construir uma liderança autônoma e adulta, livre destes laços clientelísticos, que infelizmente, são de longe a principal característica da política estadual.
Enquanto isso, eles continuam pensando que nós somos crianças...
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