quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Último Samba(?)


A trajetória política do moço da foto aí de cima, foi marcada por uma sucessão de vitórias, Deputado Federal mais jovem do Brasil em 1986, prefeito em 1988, e no período de 1996 a 2002 mais dois mandatos para o executivo campinense. Uma carreira meteórica e inquestionável.

A grande mudança se deu após a chegada ao maior anseio de qualquer político, o governo estadual, chegou ao auge com a eleição ao governo em 2002, e explodiu o percurso eleitoral com a reeleição em 2006. Tudo parecia caminhar as mil maravilhas, o fato até então era esse, o resto se resumia a intriga da oposição.

O céu de brigadeiro começou a embaçar com a perca de uma parte da cozinha de sua mãe, Glória Cunha Lima, a perca da Prefeitura de Campina, a qual acabou por gerar o primeiro grande abalo sísmico na parentela de Ronaldo.

Muito tem se falado dos meios utilizados para se manter por tanto tempo no poder, assim, aparece todo um bastidor, onde a falta de escrúpulos é a principal característica. Utilizar e descartar “aliados”, patrocinar campanha com dinheiro público, não separar o limite do banheiro de casa com o gabinete do Executivo, as licitações fraudulentas, os famosos 15% de comissão sobre as empreiteiras, as nomeações para secretariado sem levar em conta a competência, a distribuição de cargos comissionados sem o mínimo critério e etc.

Um dos atos mais repugnantes e mandonistas, se perfaz com o nome da parentela em obras públicas, as cretinas auto-homenagens tão peculiar a família encabeçada por Ronaldo José da Cunha Lima. Desta maneira, o sucesso do pagodeiro sorridente, parece que não foi tão “brilhante”.

Entretanto, outra questão vem à tona. Dos 26 estados brasileiros, qual o político que não seguiu o bê-á-bá postulado nos parágrafos anteriores?

O principal problema não é apenas o político Cássio, mas o sistema no qual ele está inserido. A “democracia” no Brasil funciona torta e cheia de vícios, ou o sujeito entra na dança, ou, se mantém alheio a tal carreira. Não há como uma freira se manter virgem em meio a tantos tarados soltos pela relva.

A democracia burguesa é espúria, as mesmas vias utilizadas pelo governador cassado para chegar e se manter no poder, também são trilhadas por toda corja peemedebista & Cia. Por mais radical e insano que venha a soar, o discurso do PSOL (a época com o fraco Davi Lobão como candidato), é o que consegue chegar mais próximo da realidade caótica, que de tanto vivermos dentro dela parece até normal sair um governador cassado por uso promocional da máquina pública, e entrar, um segundo que já responde por oito processos de cassação contra o cargo que acabou de assumir. Fica explícito o quão é pobre a política paraibana.

A exemplo dos ensinamentos do grande professor Damião de Lima, para se entender o caos que estamos vivendo temos que retroceder para compreender o que está se passando agora, não obstante, vamos voltar ao pleito onde se originou todo esse moído.

A reeleição em 2006 foi de uma disputa acirradíssima, tão grande, que antigos pactos “não declarados” entre as oligarquias foram quebrados, entre eles, de aceitar a derrota, não recorrer ao judiciário. “Pacto” desfeito a partir do momento que a linhagem Maranhista foi reclamar dos excessos cometido pela candidatura oficial do estado ao TRE.

O processo que muitos acreditavam dar em pizza, acabou por cozinhar uma feijoada com direito a folhas de louro, salsinha, paio e orelha de porco. A indigestão para o clã Cunha Lima foi enorme, maior que qualquer efeito analgésico do Sonrisal. E agora? Do que será de hoje em diante?

O poder de qualquer político se dar com base na extensão de seu abraço, e fora do executivo, os afagos Cassistas são bem menores, imagine quantos contracheques não estão mais sob o julgo Cunha Lima, pense quantas licitações vão deixar de passar pela sua tutela. Tudo isso é um ônus gigante, o qual, uma “simples” eleição ao senado em 2010 não será capaz de tapar o rombo.

Todo e qualquer exercício de adivinhação em política é bastante delicado, os cenários são redesenhados com uma rapidez fugaz, para quem não se lembra em 2006, Cássio havia entrado na disputa sem a menor chance de reeleição, todas as pesquisas apontavam a vantagem de Maranhão, e no final das contas todo mundo já sabe o resultado...

O fato é que Cássio entra em off, vai perder espaço na mídia tanto pelo Governo Maranhão, como também, pelo crescimento da imagem de Coutinho, e agora mais do que em qualquer outro momento, vai ter que mostrar mais uma vez habilidade na politicagem para se sobressair a conjuntura que lhe é extremamente contrária. Se vai conseguir? Só o tempo dirá.

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