segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O tiro no pé de Vené.


Já vou pedindo desculpas pela rima vagabunda utilizada no título a cima, mas não consegui encontrar outra frase para expor a “Hagada” do Prefeito de Campina.

Desde o inicio do mandato que finda nesta semana, o edil campinense havia cometido erros até então tido como normais, principalmente pelo fato da falta de experiência no Executivo, tanto dele mesmo, como também de sua parentela. Ao longo destes quatro anos, a Prefeitura deu algumas "bola-fora", contudo, nada que viesse de fato a tirar a popularidade de Veneziano.

O divisor de águas na politicagem local, acabou por ser a medida insana, ou talvez, desesperada da PMCG em aliviar suas finanças, pois é algo incontestável a falta de capital na receita municipal. As más línguas, não cansam de insinuar que esta falta de dinheiro nos cofres da prefeitura se deu por conta dos “gastos extras” no segundo turno das eleições deste ano, outros mais exaltados, dizem que o “rombo” teve inicio na candidatura de Vitalzinho para a câmara federal em 2006.

Seja como for, existem dois pontos inegáveis neste moído, o primeiro uma rusga particular dos atuais secretários para com as “viúvas Cunha Lima”, gente que entrou na prefeitura ainda na época da administração Ronaldo, pessoas que não escondem a insatisfação com a gestão atual, gente que leva e trás notícias sobre o que se passa na prefeitura, um povo que além de não votar no PMDB, mantém a oposição bem informada, ou seja, persona non grata.

Não é meu intuito entrar nos detalhes na legitimidade do questionamento do Sr. Olavo Rodrigues, o que me chama atenção neste furdunço todo, é a disciplina, o rigor, com que o Prefeito acatou a recomendação do Ministério Público, pegou o embalo da retirada da gratificação do servidor mencionado, e em três canetadas jogou na cidade mais de dois mil desempregados, pior, sem aguardar o trâmites legais, sem esperar julgamento da justiça, sem recorrer a decisão do MP, ah... O Ministério Público, aquele mesmo poder que o próprio Prefeito havia desqualificado a menos de dois meses atrás, lembra? No caso da denúncia do cheque da saúde depositando na conta de campanha do Prefeito? Naquela ocasião Vital do Rêgo, não economizou críticas a referida promotoria, inclusive , reeditando as práticas da República dos Coronéis, chegou a pedir o afastamento dos promotores envolvidos no caso.

A questão central abordada aqui é o fato que Veneziano deu um tiro no pé daqueles, bem em cima da unha encravada, pois com o acolhimento do Mandado de Segurança, nenhum servidor admitido na década de 1980 poderá ser demitido até o fim da tramitação do processo, e mais, quem foi exonerado deve ser reintegrado.

Sobrou de ressaca ainda o ônus político, um prato cheio para a oposição fazer a festa, com direito a visita de Arthur Cunha Lima a Câmara Municipal, na outra ponta do novelo, fica de consolo para os partidários do Prefeito, a ocasião da “Hagada”. Vené errou na hora certa, quando podia errar, afinal as eleições foram em outubro, e 2010 para o PMDB campinense é letra morta (STzé não vai abrir mão da indicação do partido para a majoritária), e a renovação do mandato de Vitalzinho em 2010 resiste sem maiores atropelos a esta "bola-fora", mesmo porque o deputado-irmão do Prefeito terá mais uma vez a máquina municipal trabalhando a seu favor e a todo vapor em prol da sua candidatura.