domingo, 28 de dezembro de 2008

Ainda cabe mais “gente”?


Alguns dos muitos derrotados nas últimas eleições para ocupar assentos nas assembléias municipais pelo país afora, ultimamente vinham rezando para que o indicativo do Senado vingasse, e que mais de 7.000 novos empregos de vereador fossem criados. Mas será necessário?

Sinceramente, tenho enorme dificuldade em entender a R$ utilidade de um vereador...mesmo porque para todo vereador, a última coisa que o sujeito quer na vida é permanecer no cargo, todo e qualquer legislador municipal enxerga na bendita carreira citada, apenas um meio para alçar vôos maiores....

E quando dão o ar da graça na câmara municipal, em regra geral (salvo raríssimas exceções) é para fazer todo tipo de tramóia, arrumar emprego no legislativo para parentes e apadrinhados de maneira geral (pagar R$ 1.000,00 ao assessor, e segundos depois receber r$ 500,00 de volta), ganhar um troco do prefeito para aprovar projetos de interesse do mesmo e etc. etc...

ah...mas não sei porque estou escrevendo de trás para frente, prometo que serei breve.

Vamos começar das eleições para o legislativo municipal (que coisa linda!encho os olhos de lágrimas ao lembrar-me do guia na TV), não há voto mais fulêro na República que o famigerado voto para vereador, o eleitor nem faz idéia de quem votará para este cargo até minutos antes de entrar na cabine, a não ser, é claro, se o pretenso representante do município for algum amigo, parente, patrão ou qualquer coisa do tipo.

Fato mais comum ainda é ver os vereadores distribuindo todos os tipos de mimos na madrugada que antecede o pleito, das famosas dentaduras ao dinheiro em espécie, seja 50, 75,100, vai depender logicamente do poder de fogo do candidato, médico, advogado, empresário, quanto maior for o capital para derramar na campanha maior a benesse de última hora. Assim o pacto da mediocridade é formado, o eleitor sai contente porque ganhou uma lata de Mucilon, e o candidato fica feliz por contabilizar mais uma Xerox de título, mais um possível voto.

E o mais degradante desta notória idéia de aumentar os empregos de vereador, é que para o Senado a PEC já deveria valer para as eleições de 2008, absurdo total, mudar o resultado da partida após o apito final. Como que no dia seguinte a uma pelada, o centroavante marcasse mais 7.000 gols sem sair de casa!

O presidente do senado, o potiguar Garibaldo Alves (PMDB-RN), ainda teve a ousadia de desafiar a sanidade mental do eleitorado, afirmou textualmente que os novos 7.000 vereadores não iriam aumentar os gastos municipais, ou seja, estes vereadores novos não teriam assessores, salário, motoristas, material de escritório e etc. os novos gabinetes iriam funcionar no terreiro de macumba do pai Danguê. Bastaria uma mesa branca e um copo d’água para as sessões acontecerem.

E como se não bastasse, essa PEC em Campina iria desenterrar nada menos que SETE CANDIDATOS DERROTADOS, descalabro absurdo!Entre esses ressucitariam figuras como João Dantas, Fabrini Brito e Renato Feliciano.

Se o sujeito quer um emprego público que vá colocar a bundinha na cadeira e estudar.