domingo, 30 de novembro de 2008

A Teledramaturgia Paraibana



A alegria intempestiva do Sena-dô Zé durou exatos 8 dias, a múmia que balbuciava uma reação, prestes a reabrir o sarcófago, havia dito no decorrer desta semana, que só retornaria ao Estado depois da cassação de Casse-o ser publicada no Diário da Justiça, porém, vai ter que esperar até a Páscoa para voltar ao Feudo.

Pois bem! Dentro da cultura brasileira, já sabíamos que existiam em nosso país mais de 180 milhões de técnicos de futebol, agora, o fato novo, é no Estado da Paraíba existir mais de um milhão de juristas. Subitamente todo eleitor alfabetizado (ou não), se sente um membro da família Reale. Dão um espetáculo de domínio da epistemologia forense, creio que a OAB-PB nunca filiou tantos membros em tão pouco tempo.

O complicado bê-á-bá do direito eleitoral, em Campina é facilmente compreendido pela “juventude” que se aloca todo fim de tarde no famoso Calçadão, ou ainda, nos bares, restaurantes, farmácias e bodegas da cidade. Todos sabem o próximo capítulo do remake da novela de Janete Clair “Irmãos Sacanagem”, o que os Ministros estão neste exato momento confabulando em Brasília, inclusive, até mesmo a intimidade sexual do Eros Grau (aquela barba horrível será um fetiche?), tudo se sabe em Campina! Menos votar...

Esta novela agora tende a ganhar novos capítulos, e muitos finais prováveis, a última cena parecia ter ocorrido na semana passada, só parecia... o caldo que parecia fino, agora vai engrossar, ainda cabe a defesa de Casse-o cinco recursos, e não precisa ser nenhum freqüentador do Calçadão para saber o quanto a banca cassista vai esticar as portarias salvacionistas.

O cerne da questão é que a cassação vai ser feita, e isso já é inquestionável, agora a pergunta é, mas quando? Os peemedebistas vão ter a partir de hoje, tempo de sobra para brigar pelas Secretarias Estaduais, aliás tempo ao PMDB é o que não vai faltar, a turma do Zé vai ter que guardar o ácido muriático, o balde e a vassoura, a troca de B#§*@ na latrina estadual vai ter que esperar mais um pouco.

O nobre Suplente de Senador, Roberto Cavalcanti, terá que devolver ao pomposo balde produzido na Polyutil, o terno de posse, e esperar mais um pouquinho para que os processos que tramitam contra sua pessoa os quais envolvem denúncias de corrupção ativa, estelionato, e formação de quadrilha, sejam emperrados de vez após conseguir a famigerada imunidade parlamentar. Lembremos que este processo desde agosto de 2007 está ligeiramente emperrado.

Os outros dois (hoje) atores coadjuvantes se fazem de surdo e mudo em meio ao som agudo das sirenes, parecem até não residirem por aqui, e menos ainda, administrarem prefeituras paraibanas, eis as moiçolas Dorothy e Alice, que atendem por Veneziano Vital e Ricardo Coutinho, mal deram um único gemido sobre todo esse espetáculo trash que vai se passando na Paraíba, e seguem mais sonsos que Patrícia Pilar na novela das oito.

Mais como o tema é teledramaturgia, não poderíamos deixar passar em branco o núcleo “pobre” da novela, me refiro, a alegria estrondosa dos antigos-atuais(?) comissionados do Estado, depois de um susto daqueles, respiram aliviados... Pelo menos até o próximo episódio... O contra-cheque chegou a pular da certeira, a conta-salário no Banco Real por muito pouco não foi fechada, a administradora do cartão de crédito quase ganha mais inadimplentes, a Aymoré S/A por pouco não toma os carros financiados, a Caixa Econômica quase que tem mais alguns apartamentos para leilão. É meus caros, figurante não tem texto para decorar, mas passa aperto.

E com a ajuda de aparelhos Casse-o respira na U.T.I do STF, o próximo episódio provavelmente será encenado em meados de março, após o fim do recesso de reveillon, com direito a cobertura da imprensa nacional “especialista” na política nordestina, a qual vai sugerindo alguns finais para comédia pastelão que virou a já sofrida política paraibana.

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